13/06/2010 "II"

12:09

a mãe da moça chacoalha os portões. acordam a todos: os pais, a irmã, a prima com o filho de colo. o pai da moça? permanece no carro, prefere evitar barracos.


irônico não? logo ele que começou todo o furdúncio, prefere ficar no carro. não dá a cara a bater, será na verdade um fraco? ou um frouxo? ou só tinha reparado agora o tamanho do barraco que estava criando? será que foi nesse momento que ele viu o quanto eles estavam perdendo a única filha que tinham? será que agora ele via o quão filho da puta estava sendo? bem, viva a liberdade de expressão desse brasil, siguemos...

a família da outra moça recebe a mãe (insandecida) e sua filha (estropiada). puxam as cadeiras, sentam-se na varanda. está frio. 

a única parte da menina que estava visível era seu rosto, seu desconfigurado e roxo rosto. apenas isso já cria todo um rebuliço na família que estava sendo visitada. a outra moça busca gelo envolto em pano, e posta-se atrás da moça-saco-de-pancadas. Ali, ao lado dela, ela ia acabar descobrindo um dia que é seu lugar.

foi chegar em casa já perto das seis da manhã. a conversa foi longa. sem se olhar no espelho a moça vai para a cama, seu irmão menor a acompanha, o caçula finge que dorme, assustado. 

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