- 08:38
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Um dos contratos de prestação de serviços terceirizados daqui encerra-se hoje. Depois de meses recebendo salários sempre atrasados, muitas vezes com descontos desconfiáveis, dezenas de trabalhadoras e trabalhadores, "lotados" nos Câmpus e Reitoria da Instituição, baterão o ponto hoje e não voltarão amanhã.
São copeiras, jardineiros, auxiliares de limpeza, manutenção predial, enfim, pessoas detentoras de direitos e deveres como qualquer outra que também trabalhe nesses prédios públicos. Pessoas que assinaram seus respectivos avisos prévios há 29 dias e desde então esperam que lhes seja repassado o nome da ganhadora da nova licitação para poderem, ao menos, enviarem seus currículos para tentarem continuar trabalhando por aqui.
Pessoas que hoje estão, grande maioria, tristes por não saberem o que fazer amanhã. "Será que a nova empresa vai entrar em contato?", "Será que consigo emprego logo?", "Será que compensa entrar em outra terceirizada?" Pessoas que possuem família para manter, contas para pagar... E pra piorar, muitas não tem os 18 meses de carteira assinada para poderem dar entrada no seguro desemprego, ou seja: estarão amanhã no olho da rua mesmo.
As pessoas daqui pensam que isso (demissão em massa, desemprego, subcontratação, problemas trabalhistas) 'faz parte' do processo, pois os contratados "sabiam dos riscos" ao se submeterem à essas empresas, e logo acham minha comoção descabida. Bem, pra mim, descabida é essa terceirização dos infernos, que colocam o trabalhador humilde nessas situações precárias e retira praticamente toda responsabilidade da Administração pelas infrações trabalhistas cometidas por as ditas "empresas terceirizadas".
Na verdade, a banalização por aqui é tão grande que diversas vezes tive que entrar em conflito com os "servidores" que insistem (até hoje) não ver que chamar essas pessoas de "terceirizados" é desumanizá-los: "derrubei café aqui, chama a terceirizada pra vir limpar", "fala pro terceirizado fazer _____", etc. Absurdos e mais absurdos que escuto de uma dita parcela da população que possui (grande maioria) formação superior e se julga superior por ter passado numa prova - e não numa entrevista - para estarem trabalhando. Muitas sequer sabem o nome das pessoas que compartilham o ambiente de serviço há meses, quando não anos.
Tenho arrepios cada vez que leio uma nova tramitação da PL 4330/2004, pois sei que logo isso tudo pode piorar. Será?
Dia triste onde trabalho.
"A moca do café muito importante é
Para a saúde é vital à nossa empresa,
Se ela faz um café ruim, o dia de todos é ruim
(...)
Mas o salário dela não condiz,
não condizia nem nunca condirá
com a importância do café para a corporação.
O café no fim é produção!"
- 11:30
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Só quem segue ou está implantando o GTD na vida sabe o que significa esses dados abaixo (e sabe que pra mim já é uma vitória chegar nesse ponto do trajeto):
Até ontem, havia mais de 180 gigas de coisas para organizar, arquivar, excluir aqui. Obviamente que ainda tenho muito a organizar na minha pasta de itens processados, mas por enquanto estamos assim:
- 06:22
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Estou a implantar o GTD em minha vida desde ontem. Mais pra frente venho e comento melhor sobre o que isso quer dizer. Por enquanto basta falar que, no meu computador, até mesmo minha lixeira estava desse jeito:
O caos não reina mais aqui! :) |
Mas agora as coisas mudarão. Eu tenho fé em mim que irão!
- 07:31
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Sempre teve alguns que previam tudo isso há séculos, porém não era fácil aceitar um desconhecido qualquer questionando as atitudes que nos ensinaram desde o berço. Como poderia uma pessoa que nunca sequer compartilhou o pão conosco julgar nosso atos de forma tão precisa - e ainda nos condenar por nossa (in)coerência?
O pior de tudo era o fato deles terem saído do mesmo lugar onde estávamos. Pareciam querer impor suas meias-verdades a todo momento, nos cerceando a liberdade de escolher como nos locomover, como nos relacionarmos, como nos vestirmos e até mesmo como e o que comer. E, ao menor sinal de hesitação de nossa parte, nunca levantavam armas - apenas argumentavam.
"Hipócritas irritantes, demagogos baratos!", gritávamos nós em resposta. Como vocês ousavam acreditar que apenas nas atitudes pequenas e individuais de nosso cotidiano conseguiríamos mudar a catástrofe que ate mesmo os mais cegos entre nós já viam estar a caminho?
Ah não, não nos renderíamos tão fácil! Afinal, a liberdade de escolha sempre nos foi a última cartada. Quando éramos questionados e não tínhamos mais para onde correr; quando nos debatíamos em nossos argumentos muitas vezes falhos e apenas individualistas, sempre podíamos dizer: ME OBRIGUEM.
E com confrontos assim, em todos os lugares, vimos essas pessoas que tanto gostavam de nos questionar irem, aos poucos, emudecendo. Muitos tombaram sozinhos, por desesperança que algo poderia ser mudado. Muitos cuidamos nós mesmos de tombar, pois suas vozes começaram a ser ouvidas demais. E assim, pouco a pouco, apenas o que nossos pais nos ensinaram (e o que nossos avós ensinaram a nossos pais) continuou a ser repercutido.
Olha, não vou dizer que resistir era fácil, pois as vezes eles pareciam ter razão, sabe? E pareciam se orgulhar de toda carga negativa que fazíamos questão de estampar em suas testas. Vou te dar um exemplo: se chamávamos suas mulheres de putas por não seguirem o que considerávamos certo, elas revidavam com marchas onde todas se autodenominavam 'vadias'! Como que nós, cidadãos de bem e defensores dos bons costumes, iríamos concordar com tamanho ultraje?
As vezes parecia ate mesmo birra, sabe? Como quando uma criança insiste em questionar nossas normas, aquela coisa chata e inconveniente que nos faz ter que criar respostas - muitas vezes para justificarmos o injustificável... E não, não importava a desgraça que fosse, sempre tinha um para jogar a culpa para nosso lado. Tipo quando conseguimos diminuir a maioridade penal para 12 anos - eles insistiam que nossa solução era "paliativa", fundamentada numa espécie de "desejo de vingança"... Logo nós, que tanto lutamos para garantir a segurança deles próprios contra eles próprios!
Mas enfim, voltemos ao começo desse relato. Esses subversivos não existem mais, logo agora que nos seriam úteis. Após milênios nessa louca troca de valores, só $obrou quem já tinha - e quem hoje tem, não sabe como fazer para obtermos o 'básico' novamente. Estamos morrendo, meus caros. Comer, beber e respirar já não é mais um direito, como eles tanto diziam, e sim motivo de chacinas.
No fim, nunca vou esquecer o que o último delinquente que conheci me disse, apesar de não ter lhe dado ouvidos à época: "o comilão, que come tudo que é comível, acaba comido pela comida". Ironicamente, hoje lutamos por coisas bestas como fontes puras d'água como antes lutávamos por petróleo, como eles cansaram de nos falar que iria acabar acontecendo.
(Crônica sobre a aula de Jornalismo Ambiental, em 09/04/2015)
O pior de tudo era o fato deles terem saído do mesmo lugar onde estávamos. Pareciam querer impor suas meias-verdades a todo momento, nos cerceando a liberdade de escolher como nos locomover, como nos relacionarmos, como nos vestirmos e até mesmo como e o que comer. E, ao menor sinal de hesitação de nossa parte, nunca levantavam armas - apenas argumentavam.
"Hipócritas irritantes, demagogos baratos!", gritávamos nós em resposta. Como vocês ousavam acreditar que apenas nas atitudes pequenas e individuais de nosso cotidiano conseguiríamos mudar a catástrofe que ate mesmo os mais cegos entre nós já viam estar a caminho?
Ah não, não nos renderíamos tão fácil! Afinal, a liberdade de escolha sempre nos foi a última cartada. Quando éramos questionados e não tínhamos mais para onde correr; quando nos debatíamos em nossos argumentos muitas vezes falhos e apenas individualistas, sempre podíamos dizer: ME OBRIGUEM.
E com confrontos assim, em todos os lugares, vimos essas pessoas que tanto gostavam de nos questionar irem, aos poucos, emudecendo. Muitos tombaram sozinhos, por desesperança que algo poderia ser mudado. Muitos cuidamos nós mesmos de tombar, pois suas vozes começaram a ser ouvidas demais. E assim, pouco a pouco, apenas o que nossos pais nos ensinaram (e o que nossos avós ensinaram a nossos pais) continuou a ser repercutido.
Olha, não vou dizer que resistir era fácil, pois as vezes eles pareciam ter razão, sabe? E pareciam se orgulhar de toda carga negativa que fazíamos questão de estampar em suas testas. Vou te dar um exemplo: se chamávamos suas mulheres de putas por não seguirem o que considerávamos certo, elas revidavam com marchas onde todas se autodenominavam 'vadias'! Como que nós, cidadãos de bem e defensores dos bons costumes, iríamos concordar com tamanho ultraje?
As vezes parecia ate mesmo birra, sabe? Como quando uma criança insiste em questionar nossas normas, aquela coisa chata e inconveniente que nos faz ter que criar respostas - muitas vezes para justificarmos o injustificável... E não, não importava a desgraça que fosse, sempre tinha um para jogar a culpa para nosso lado. Tipo quando conseguimos diminuir a maioridade penal para 12 anos - eles insistiam que nossa solução era "paliativa", fundamentada numa espécie de "desejo de vingança"... Logo nós, que tanto lutamos para garantir a segurança deles próprios contra eles próprios!
Mas enfim, voltemos ao começo desse relato. Esses subversivos não existem mais, logo agora que nos seriam úteis. Após milênios nessa louca troca de valores, só $obrou quem já tinha - e quem hoje tem, não sabe como fazer para obtermos o 'básico' novamente. Estamos morrendo, meus caros. Comer, beber e respirar já não é mais um direito, como eles tanto diziam, e sim motivo de chacinas.
No fim, nunca vou esquecer o que o último delinquente que conheci me disse, apesar de não ter lhe dado ouvidos à época: "o comilão, que come tudo que é comível, acaba comido pela comida". Ironicamente, hoje lutamos por coisas bestas como fontes puras d'água como antes lutávamos por petróleo, como eles cansaram de nos falar que iria acabar acontecendo.
(Crônica sobre a aula de Jornalismo Ambiental, em 09/04/2015)
- 07:57
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O café da manhã da Reitoria do IFMS deste mês foi organizado pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional (Prodi) e ocorreu no dia 10/04. Além de festejar os aniversariantes de abril, o encontro teve como objetivo a celebração do Dia Internacional da Saúde, comemorado no dia 07/04. Participaram da reunião servidores do IFMS e colaboradores das empresas terceirizadas.
Para proporcionar atividades relacionadas ao tema, a equipe Prodi trouxe o educador físico Érmiton Yamada, proprietário da Acadêmia Estação Saúde no centro de Campo Grande, que conversou com os presentes sobre a importância da atividade física diária mesmo no ambiente de trabalho. Após, Yamada direcionou uma ginástica laboral com os participantes.
A equipe da Prodi também trouxe representantes da Secretária Municipal de Saúde, que ofertaram aferição de pressão arterial e testes rápidos para consulta da presença do vírus HIV. No total, foram realizados 30 testes rápidos, sendo 11 mulheres e 19 homens voluntários participantes, e 43 aferições de pressão arterial, sendo 24 mulheres e 19 homens.
Estiveram no local representantes da Eko7, empresa de produtos terapêuticos, que trataram sobre a prevenção de doenças e problemas ortopédicos. No final de suas atividades, os representantes sortearam de um imantador de água entre os participantes, que teve como vencedora a servidora Kelly Cristine Silveira (Digep).
- 08:25
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Minha amiga Lari Pestana tem coragem de fazer vídeos falando abertamente sobre temas diversos, até mesmo sobre problemáticas que não a atingem de fato, mas que lhe despertam interesse. Semana passada ela me perguntou se eu toparia de colaborar no vídeo que ela fará sobre veg(etari)anismo e claro que concordei, mas por questão de agendas só poderei contribuir com meu relato sobre o tema, que segue abaixo :)
Sou militante desde adolescente. Minhas primeiras lutas foram por movimento estudantil, retiros católicos, ai, diversas coisas. E me lembro que um dia cheguei a ver uma imagem semelhante a esta ao lado que me levantou curiosidade, mas não dei a devida atenção na época. Devia ter uns 15 anos e ainda tinha muito o que amadurecer para entender realmente a mensagem atrás da imagem.
Um belo dia, quando estava com lá meus 20 anos, depois de sair da casa dos meus pais, passar um pouco de necessidade 'na rua' e estar dependendo de ajuda dos meus então sogros para me alimentar etc, fui fazer um cachorro quente na casa deles com aquelas salsichinhas de boteco, sabe? Daquelas que vem num pote grande com vinagre e são meio azedinhas? Então. Enquanto cortava algumas para por no molho, fui comer uma e TCHARAM, veio um pedaço de plástico dentro. Tá, na ocasião ficamos todos com nojo mas acabou que os presentes comeram o dito cujo do hotdog (eu inclusa) e ficou por isso mesmo.
Na semana posterior fui procurar como que esse tipo de "alimento" é feito e confesso que o que vi me fez cortar, no mesmo dia, todo e qualquer tipo de carne superprocessada pra sempre da minha dieta. Não foi o mesmo vídeo que posto aqui embaixo, mas algo semelhante:
"Como assim eu nunca tive acesso a esse tipo de conteúdo?!" me perguntava. Logo eu, que sempre busquei estar informada sobre o que comprava - e militava para sermos menos consumistas - nunca tinha parado pra pensar no óbvio: nosso combustível. Exato. O que mandamos pra dentro, literalmente. Se realmente "somos o que comemos", esse tipo de "alimento" não deveria sequer ser vendido!
Conversa vai, conversa vem, troquei ideia com a mãe da minha ex e ela me contou alguns detalhes de como era o frigorífico que ela chegou a trabalhar por um tempo... Não vou entrar em detalhes para não ser desagradável, mas ela citou coisas como piscinas de sangue (onde os bovinos sangram até efetivamente morrer), e de como seus "miúdos" ainda chegavam quentes para que ela os limpasse e mandasse para o setor de embalagem... Enfim, para uma pessoa com o mínimo de empatia que eu era (e hoje sou muito mais), ouvir isso foi um tiro na minha cara... Nunca tinha pensado em como tudo que eu consumia vinha desse tipo de negócio!
Nesse ponto, umas duas semanas depois do ocorrido da salsicha, eu já tinha decidido que não iria mais comer carne processada e carne bovina, por não concordar com o método de abate desses animais (e por não admitir que continuaria comendo carnes bizarras como é o negócio que vem em formato de salsicha, linguiça, mortadela etc., para o consumo humano). Foi uma decisão até fácil de tomar, apesar de todos que estavam na minha volta ridicularizarem meus esforços...
Na época já tinha decidido que iria cortar "aos poucos" os outros tipos de carne, mas ai tive uma série de conversas com um amigo que me dava caronas todos os dias e que, coincidentemente, estava fazendo o trabalho de conclusão da pós-graduação num frigorífico... Ouvi outros relatos terríveis :'( e intensifiquei as buscas sobre vegetarianismo (questões nutricionais, substituições, verdades e mentiras, etc.) até encontrar o blog do meu amigo Robson Fernando, que foi meu tutor, teve paciência e didática para me dar um norte e incentivo em rumo a uma vida sem crueldade.
Isso foi em 2011, onde comecei a estudar de vez o veganismo e me apaixonei pela causa. Como qualquer iniciante, queria uma data para comemorar e defini que a partir do primeiro dia de 2012 não iria mais comer nada derivados de animais. Foi muito engraçado porque estava em um aniversário na virada de ano novo e queria muito um pedaço do bolo, mas como só cantaram o parabéns depois da meia noite fiquei sem!
Só que essa determinação sem apoio, nenhuma disciplina e falta de organização pessoal me fez mal, claro. Emagreci muito, ao ponto de cheguei a usar calças 36, algo que não ocorria desde meus 13~14 anos, fiquei anêmica e, juntamente a um monte de outros problemas particulares (término de um namoro muito conflituoso e longo, primeiro ano tendo que conciliar uma faculdade integral mais meu trabalho que também é integral, falta de tempo/empenho em programar minhas refeiçoes, enfim), 'quase' entrei em depressão. Digo 'quase' pois não tive acompanhamento psicológico durante essa fase para ter um diagnóstico, mas sei cá com meus botões que não foi nada fácil. Como voltar a consumir carnes me era/é inadmissível e como precisava começar a comer fora de casa para efetivamente me alimentar, voltei a comer derivados em outubro de 2012.
Sei que é contraproducente falar disso, mas sou sincera: nessa época estava acostumada a ficar longos períodos sem ingerir nada, as vezes mais de 16~18 horas só com café, biscoitos e água no trabalho, e as vezes uma paçoca ou pipoca doce na universidade, ou seja: claro que iria adoecer. Voltar a comer derivados foi uma decisão difícil para mim na época, pois já não considerava aquelas "comidas" como alimento de fato. Quando me "permiti" minha construção social falou mais alto e minha gula reinou: me entupi de queijos, iogurtes e ovos de todas as formas, acabei por engordar quase 20 quilos e isso prejudicou ainda mais meu quadro de 'quase' depressão (claro), mas essa questão de auto-estima, gordofobia e amor próprio fica pra outra postagem...
Fiquei nessa crise durante todo ano de 2013 e começo de 2014, até que com o apoio da terapia e de um grupo de vegetarianos de Campo Grande que, assim como eu, acreditam que ser vegana não é difícil, o difícil é ser vaca, galinha, peixe, cabra, etc., mesmo estando em Mato Grosso do Sul, terceiro maior "produtor" de carne do país, onde há 9 vacas para cada ser humano (sem contar as populações de galinhas, porcos, cabras, avestruz, etc) decidi seguir minha consciência. Renunciei de vez os derivados e desde então me equilibro numa dieta vegana racional, onde me dou o direito (ou seria o dever?) de comer no mínimo quatro vezes por dia: café da manhã, almoço, lanche a tarde e jantar.
Nessa emagreci de novo e desde então estabilizei no meu tido "peso ideal", algo em torno de 62 quilos. Óbvio que agora passei a separar horas do meu dia para preparar alimentos e isso consome a parte que me sobraria para estar estudando, dormindo, fazendo TCC, assistindo filmes e etc, mas me alimentar "virou" algo fundamental no meu cotidiano - até por que senão tudo que milito vai por água abaixo, sem energia não consigo carregar nenhuma bandeira, além de continuar só me arrastando. Óbvio também que minha atual companheira me ajuda muito nesse aspecto da alimentação, me cobra bastante para não ter mais jejuns prolongados, me ajuda com marmitinhas que comecei a trazer todos os dias para o trabalho e com lanches que ela leva na universidade para nós duas...
Enfim, agora estou mais saudável e mês passado finalmente sai da anemia! Com ajuda terapêutica e muito amor em casa sai da 'quase' depressão e estou tratando minha ansiedade doentia, agora só falta me planejar melhor para tocar a monografia e terminar mais um sonho, que é finalmente ter meu diploma, sair do funcionalismo público e trabalhar na área, mas um passo de cada vez :)
--
Sou militante desde adolescente. Minhas primeiras lutas foram por movimento estudantil, retiros católicos, ai, diversas coisas. E me lembro que um dia cheguei a ver uma imagem semelhante a esta ao lado que me levantou curiosidade, mas não dei a devida atenção na época. Devia ter uns 15 anos e ainda tinha muito o que amadurecer para entender realmente a mensagem atrás da imagem.
Um belo dia, quando estava com lá meus 20 anos, depois de sair da casa dos meus pais, passar um pouco de necessidade 'na rua' e estar dependendo de ajuda dos meus então sogros para me alimentar etc, fui fazer um cachorro quente na casa deles com aquelas salsichinhas de boteco, sabe? Daquelas que vem num pote grande com vinagre e são meio azedinhas? Então. Enquanto cortava algumas para por no molho, fui comer uma e TCHARAM, veio um pedaço de plástico dentro. Tá, na ocasião ficamos todos com nojo mas acabou que os presentes comeram o dito cujo do hotdog (eu inclusa) e ficou por isso mesmo.
Na semana posterior fui procurar como que esse tipo de "alimento" é feito e confesso que o que vi me fez cortar, no mesmo dia, todo e qualquer tipo de carne superprocessada pra sempre da minha dieta. Não foi o mesmo vídeo que posto aqui embaixo, mas algo semelhante:
"Como assim eu nunca tive acesso a esse tipo de conteúdo?!" me perguntava. Logo eu, que sempre busquei estar informada sobre o que comprava - e militava para sermos menos consumistas - nunca tinha parado pra pensar no óbvio: nosso combustível. Exato. O que mandamos pra dentro, literalmente. Se realmente "somos o que comemos", esse tipo de "alimento" não deveria sequer ser vendido!
Conversa vai, conversa vem, troquei ideia com a mãe da minha ex e ela me contou alguns detalhes de como era o frigorífico que ela chegou a trabalhar por um tempo... Não vou entrar em detalhes para não ser desagradável, mas ela citou coisas como piscinas de sangue (onde os bovinos sangram até efetivamente morrer), e de como seus "miúdos" ainda chegavam quentes para que ela os limpasse e mandasse para o setor de embalagem... Enfim, para uma pessoa com o mínimo de empatia que eu era (e hoje sou muito mais), ouvir isso foi um tiro na minha cara... Nunca tinha pensado em como tudo que eu consumia vinha desse tipo de negócio!
Nesse ponto, umas duas semanas depois do ocorrido da salsicha, eu já tinha decidido que não iria mais comer carne processada e carne bovina, por não concordar com o método de abate desses animais (e por não admitir que continuaria comendo carnes bizarras como é o negócio que vem em formato de salsicha, linguiça, mortadela etc., para o consumo humano). Foi uma decisão até fácil de tomar, apesar de todos que estavam na minha volta ridicularizarem meus esforços...
Na época já tinha decidido que iria cortar "aos poucos" os outros tipos de carne, mas ai tive uma série de conversas com um amigo que me dava caronas todos os dias e que, coincidentemente, estava fazendo o trabalho de conclusão da pós-graduação num frigorífico... Ouvi outros relatos terríveis :'( e intensifiquei as buscas sobre vegetarianismo (questões nutricionais, substituições, verdades e mentiras, etc.) até encontrar o blog do meu amigo Robson Fernando, que foi meu tutor, teve paciência e didática para me dar um norte e incentivo em rumo a uma vida sem crueldade.
Isso foi em 2011, onde comecei a estudar de vez o veganismo e me apaixonei pela causa. Como qualquer iniciante, queria uma data para comemorar e defini que a partir do primeiro dia de 2012 não iria mais comer nada derivados de animais. Foi muito engraçado porque estava em um aniversário na virada de ano novo e queria muito um pedaço do bolo, mas como só cantaram o parabéns depois da meia noite fiquei sem!
2012 - Estava só a capa do Batman e não me dava conta, e ainda achavam "bonito" |
2013/2014 - Alguns (muitos) quilinhos a mais, mas me "alimentando". |
Fiquei nessa crise durante todo ano de 2013 e começo de 2014, até que com o apoio da terapia e de um grupo de vegetarianos de Campo Grande que, assim como eu, acreditam que ser vegana não é difícil, o difícil é ser vaca, galinha, peixe, cabra, etc., mesmo estando em Mato Grosso do Sul, terceiro maior "produtor" de carne do país, onde há 9 vacas para cada ser humano (sem contar as populações de galinhas, porcos, cabras, avestruz, etc) decidi seguir minha consciência. Renunciei de vez os derivados e desde então me equilibro numa dieta vegana racional, onde me dou o direito (ou seria o dever?) de comer no mínimo quatro vezes por dia: café da manhã, almoço, lanche a tarde e jantar.
2015 - foto do mês passado :) |
Enfim, agora estou mais saudável e mês passado finalmente sai da anemia! Com ajuda terapêutica e muito amor em casa sai da 'quase' depressão e estou tratando minha ansiedade doentia, agora só falta me planejar melhor para tocar a monografia e terminar mais um sonho, que é finalmente ter meu diploma, sair do funcionalismo público e trabalhar na área, mas um passo de cada vez :)
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Lari querida, agradeço por ter me motivado a escrever esse texto, você provavelmente não tem noção nunca do quanto colocar isso por escrito me aliviou a alma! E bora lá, coragem pois sei que você tem um pezinho no lado verde da força, e se eu consegui você também consegue! Vou deixar um documentário (sem cenas fortes) aqui para te motivar - e também como forma de agradecimento a todos que tiverem paciência de ler esse relato até aqui. Até a próxima!
- 14:19
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Diversos temas me passam pela cabeça para escrever aqui, agora. Tanto tempo sem escrever algo que não seja mandado pela Universidade, tanto tempo para quase nada das coisas que realmente quero tratar. Mas deixemos o ontem pra ontem, começarei por hoje, 31/03/2015.
Hoje foi um dia difícil para muita gente. O PL 171, que propõe a diminuição da maioridade penal, andou. Não quero nem debater mais sobre isso por que, sinceramente, as pessoas que estão comemorando esse retrocesso me enojam. Não quero manter contato com esse tipo de pessoa, nem posso. Minha cabeça um dia vai acabar fundindo de tanto tentar argumentar e pedir empatia para galera que ou 1) é desinformada mesmo 2) não pensa em nada fora do próprio umbigo ou 3) vai ganhar algo com isso.
Foi-se o tempo, também, que acreditei que as pessoas pregam esse tipo de absurdo por ingenuidade. Eu realmente gostaria de acreditar no Criolo, quando ele diz que "As pessoas não são más, elas só estão perdidas, ainda há tempo". Mas já não consigo. Eu tenho pressa.
Quem tem fome tem pressa.
Hoje foi uma derrota.
Amanhã será outro dia.
- 15:55
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